25 de nov. de 2017

Criação de Agapornis



Originário do continente africano foi descoberto em 1793 e levado para a Europa em 1860. Conhecidos também como Love Birds ou Pássaro do Amor, a palavra AGAPORNIS significa no grego, “Pássaro do Amor” e tem como principal característica de viver em casais. Chegaram ao Brasil, na década de 80.

Havia poucos criadores e não havia um campeonato definido exclusivamente para esta espécie. Na década de 90 Paul Richard e Fabio Tiezzi começam a importar diversas espécies de agapornis, inclusive o roseicollis violeta, sensação do início daquela década, como os opalinos nos dias de hoje.

Os Roseicollis surgiram e habitam uma região da Costa Ocidental da África do Sul e seu sudoeste, entre vegetações de pequenos arvoredos abertos e montanhas de até 1600 metros.

Os Personatas vivem no nordeste da Tanzânia entre savanas e árvores isoladas. Os Fischeris vivem na região que vai do sudoeste ao sul do Lago Vitória, no norte da Tanzânia.

Os Nigrigenis vivem do sudoeste da Zamíbia até Livingstone, no norte da Zamíbia com o leste de Zimbabue.

Os Lilianes vivem no sul da Tanzânia, nordeste de Moçambique, oeste da Zamíbia e norte do Zimbabue, entre 800 e 1000 metros de altitude.

O Cana é encontrado na ilha de Madagascar e nas ilhas Maurício, Rodrigues e Zanzibar. Esta espécie só é encontrada na sua coloração original.

Todas as mutações foram conseguidas em cativeiro e mesmo assim, não existe registro de criadores com mutação na atualidade, no Brasil.

Dentre as espécies, ainda temos o Pullária, o Taranta e o Swinderniana.

Reprodução
Antes de começar sua criação, verifique o local onde irá adequar suas aves. Após o 8º dia da gala, surge o primeiro ovo. As aves botam em dias alternados, de 4 a 6 ovos por postura. Os ovos eclodem após 21 a 23 dias. Normalmente, ocorrem nascimentos em dias consecutivos, durante o prazo de 7 dias. Assim, temos filhotes da mesma ninhada, de diferentes tamanhos. Para evitar esse problema, podemos retirar os ovos à medida vão sendo botados para devolvê-los ao ninho após o término da postura, o que não é aconselhável para criadores iniciantes. Quem tiver mais de um casal criando ao mesmo tempo, poderá trocar os filhotes de ninho, deixando todos os de tamanho aproximado em cada ninho.

Os anéis devem ser colocados nos filhotes entre o 8º e o 12º dia do nascimento. Coloca-se os anéis deixando os dedo do filhote na horizontal, sendo 2 para frente e dois para trás, passando-se o anel até acima do pé.

Após 25 dias, a perda de filhotes é praticamente nula. O "desmame" se dá após 60 dias. Algumas fêmeas, antes do desmame, tentam expulsar os filhotes dos ninhos para iniciar uma nova postura, chegando a arrancar suas penas. Para evitar isso, deve-se colocar na gaiola farto material para confecção de novos ninhos. Algumas fêmeas podem arrancar as penas dos filhotes sem ser na época da criação. Isso se deve principalmente à carência de vitaminas que é encontrada no caule das penas, no sangue. Elas costumam arrancar essas penas e alimentar os próprios filhotes.

Após a separação dos pais, deve-se colocar os filhotes em uma gaiola ou viveiro com, pelo menos 80cm de comprimento para que possam voar e desenvolver a musculatura.
Não se deve mexer no bando formado até que realize a primeira muda de penas, 5 a 6 meses após o nascimento. Durante o período da muda, as aves costumam apresentar febre, parecendo até mesmo doentes. Esse é um período perigoso que requer muita atenção quanto à alimentação dos filhotes. Aumente a quantidade de aveia também nesta época.



Ninhos

Caixas de madeira que podem ser horizontais ou verticais. As horizontais - 30x15cm com divisória. A parte do fundo, superfície côncava, onde a fêmea coloca os ovos. As verticais facilitam o choco e proporcionam um percentual maior de nascimento. Podem ser de 20cm de altura x 15cm profundidade x 15cm frente. Coloque palha de milho no piso da gaiola para que a fêmea confeccione o ninho e coloque um pouco de serragem dentro do ninho.

Os Agapornis de aro branco (Fischeri, Personata, Nigrigenis) carregam a palha no bico, inteira; às vezes até pedaços do sabugo de milho e o que tiver por perto. Os roseicollis colocam os fios de palha entre as penas do rabo e as levam para o ninho. Dentro do ninho elas soltam a palha e fazem movimentos circulares, confeccionando o ninhos. Os Roseicollis quase sempre só a fêmea faz isso e os machos costumam fazer após "velhinhos" - após aproximadamente 5 anos.

Acasalamento

Após adquirir aves saudáveis, que não estejam sujas ou "encorujadas", de preferência em criadores e verificarmos nossas condições e instalações para que o casal habite de maneira satisfatória.

Escolha aves com idade de até dois anos, apesar dessas aves reproduzirem até aproximadamente seus 10 anos de idade.
A questão mais controversa que existe na criação dos agapornis é distinguir os machos das fêmeas (espécies onde não há dimorfismo sexual). Esta é a maior dificuldade de quem deseja iniciar a criação e até mesmo em criadores experientes. Um método infalível para a determinação do sexo dos agapornis, é a analise de DNA quer por amostra de sangue ou de penas e que custa em torno de R$13,00. Alguns cruzamentos tem mutações sex-linked, ou seja, ligadas ao sexo, e a partir daí, pela cor, pode-se determinar desde pequeno o sexo do agapornis. Em adultos consegue-se diferenciar mais facilmente o sexo por apalpação dos ossos da bacia que são mais largos e arredondados nas fêmeas e mais apertados e pontiagudos nos machos. As fêmeas também são ligeiramente maiores e têm a cabeça e o abdômen mais arredondado que os machos.

Antes de iniciar os acasalamentos e colocar os ninhos, é aconselhável vermifugar todas as aves do plantel. Faça este procedimento apenas uma vez ao ano para não debilitar muito as aves. Na semana seguinte ao vermífugo, pode-se fornecer misturado à água para beber, um composto de vitaminas.
Devo criar em gaiolas ou em colônias?
A criação de agapornis pode ser feita tanto em colônia quanto em gaiolas individuais, dependendo do espaço, tempo e, principalmente dos nossos objetivos na criação.

Podem ser criados em gaiolas com medidas de 80x50x50cm; já um viveiro para criação em colônia, vai depender da quantidade de casais que se deseja ter. Um viveiro de 2 metros de comprimento por 1 metro de altura e 1 de profundidade, caberá tranqüilamente 5 casais. É importante salientar que deve-se ter 2 ninhos para cada fêmea, diminuindo assim o risco de brigas.
A criação em gaiolas proporciona um controle genético maior e uma reprodução mais rápida e acertada, ao passo que em colônias não há controle genético. A vantagem da colônia é a maior facilidade para limpeza.

Os acasalamentos começam tão logo o casal esteja adaptado ao novo ambiente. O macho começa a entrar no ninho, verificando o novo território. A fêmea começa a picar a palha de milho e carregá-la para o ninho.

Oito dias após a cópula ou acasalamento propriamente dito, a fêmea começará a botar os ovos em dias alternados. Botam entre quatro e sete ovos normalmente.

O tempo de choco é de aproximadamente 23 dias para os agapornis. Nos Tarantas, esse período é de 30 dias. Após o nascimento dos filhotes, a fêmea é quem os alimenta recebendo a comida dada pelo macho através da regurgitação deste no bico dela.

Os agapornis são aves exóticas de constituição robusta e de criação muito fácil, sendo pouco sujeitos a doenças. Sua criação constitui uma distração encantadora e a venda de seus numerosos filhotes permitem o retorno das despesas feitas com o magnífico entretenimento. Quando se fala em reprodução de agapornis, existem, basicamente, duas formas distintas utilizadas para isso. A primeira seria a criação em colônia, onde vários casais dividem o mesmo viveiro, simulando as condições naturais. O segundo sistema se trata da criação em gaiolas onde cada casal ocupa uma gaiola separadamente.

Os agapornis possuem o instinto de domínio territorial. Por isso, quando é introduzido um bando para criar de uma vez só em um viveiro, há uma briga generalizada, por um período, que é chamado de escolha de um líder do bando. Esse líder fica responsável por avisar a chegada de um estranho ao bando. Sendo assim, em casos de morte de alguma ave, é recomendável retirar o(a) viúvo(a), em vez de colocar um outro agapornis no lugar, pois, provavelmente, este será rechaçado pelo bando.

Esse tipo de criação gera vários problemas, sendo um deles este que acabamos de abordar. Outro problema, que é mais técnico, é que o agapornis é fiel até que se troque a sua parceira, sendo muito comum uma fêmea ser “coberta” por vários machos e, nem sempre, os filhotes são do casal que o criador supõe. Sendo assim, caso o criador tenha a intenção de criar, corretamente, uma linhagem, ele nunca deve confiar no resultado de um casal criado em colônia.

Outro problema que pode ser encontrado pelo criador está relacionado ao aspecto de produção que, além da disputa territorial, também sofre com a disputa pelo ninho, levando à falta de tranquilidade das fêmeas, na época de postura, o que resulta em uma produção inferior a 50%, equiparando-se a um casal que é criado individualmente na gaiola.

Falando em criação nas gaiolas, essa é a forma mais trabalhosa para o criador. No entanto, se este deseja fazer uma seleção de características, esta é a melhor alternativa. Para começar uma criação, um conselho importante é quanto à quantidade inicial de aves. Todos os criadores de experiência dizem o mesmo: “Comece a criação com apenas poucos casais e procure adquiri-los de um criador conhecido”. Uma criação pequena é importante para conferir prática e experiência, assim, com o tempo, vai-se aumentando a produção.

Aos criadores que desejam iniciar a criação de agapornis, mas o orçamento não permite a aquisição de mais que cinco casais, a dica é: é preferível adquirir cinco casais excelentes e caros a dez agapornis baratos e de uma linhagem inferior. Nessa criação, a parte mais interessante e importante, sem dúvida, é a escolha da matriz. Uma ave, tecnicamente ruim, fora dos padrões, alimenta-se na mesma proporção de uma excelente linhagem e dá o mesmo trabalho, portanto, a única diferença é o resultado e a satisfação de ter criado uma ave campeã.

Quanto ao acasalamento, no Brasil, os agapornis criam durante todo o ano. No entanto, para que haja um bom acasalamento, irá depender das condições do casal. É preciso que tanto o macho quanto a fêmea estejam em perfeitas condições; não se deve fazer o acasalamento com pássaros que estejam mudando de penas, jovens demais, ou muito velhos, doentes ou que acabaram de se recuperar de alguma doença. Enfim, só se deve fazer o acasalamento com aves saudáveis e aptas para a reprodução.



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