1 de dez. de 2015

Produção de Suínos (Gerenciamento)




A propriedade suinícola é uma unidade de produção operando com um capital (próprio e empréstimos financeiros), e trabalho (familiar e assalariado) devendo gerar um resultado econômico que remunere os investimentos e aporte lucro.

     
De nada adianta um bom planejamento se não forem utilizados mecanismos de controle do desempenho da atividade e de seus funcionários. Para garantir o sucesso da atividade deverão ser adotados métodos eficientes de gerenciamento.
     
Para ter sucesso na atividade o produtor necessita saber como e quanto produzir e, principalmente para quem vender a produção. Nas decisões de médio e longo prazos o gerenciamento desempenha papel preponderante em função das constantes mudanças que ocorrem nas tecnologias, nos preços dos insumos e produtos e nas políticas agrícolas, que levam ao produtor riscos e incertezas.


Organização Administrativa

A organização administrativa das propriedades suinícolas está diretamente relacionada com as suas dimensões. A necessidade de racionalização dos procedimentos administrativos cresce à medida que aumenta a dimensão da empresa suinícola.

     
Nas pequenas granjas a subdivisão de tarefas é mínima. O pequeno produtor de suínos geralmente auxiliado por membros da família, cultiva a terra, trata dos animais e ainda exerce todas as tarefas administrativas, tais como: decidir como e quando plantar, uso de insumos, compras, vendas, aplicação e uso de medicamentos, descarte de reprodutores etc.
    
À medida que a dimensão da empresa suinícola aumenta, o número de pessoas envolvidas na atividade, embora não na mesma proporção, também aumenta. Isto porque, além de ganhos de escala, a "automatização" é um fator que contribui para reduzir a necessidade de mão-de-obra. Na medida que o tamanho da propriedade aumenta, o produtor deve buscar maior nível de especialização, para reduzir custos e minimizar riscos.
   
Objetivando aumentar o poder de barganha tanto na compra de insumos como na venda do produto final, os produtores devem buscar formas associativas como:

  • Associação em condomínios ou cooperativas, que pode levar os produtores a obterem melhores preços na compra de insumos e na venda de suínos.
  • Criação de estruturas associativas de mercado para incrementar a comercialização de carne suína "in natura", como forma de ampliar o mercado consumidor.
Contratação de Pessoal


Normalmente a necessidade de pessoal pode ser definida com base no número de matrizes do sistema de produção. A relação de um homem para cada 50 matrizes é aceita quando o sistema não utiliza a automação das atividades. 


De todos os componentes relacionados com os níveis de produtividade, o funcionário é, sem dúvida, o mais importante, pois através de suas ações e interesse, são gerados grande parte do resultado econômico do sistema de produção de suínos. Os custos com mão-de-obra em um SPS representam de 6 a 18% do custo de produção.

Considerando o grau de responsabilidade, pode-se classificar os funcionários em gerente de produção, responsáveis por setores específicos e/ou tratadores.


Gerente de produção


O gerente de produção pode ser definido como sendo o responsável pelo sistema de produção de suínos, isto é, a pessoa que coordena a equipe de trabalho. O gerente deve transformar oportunidades e desafios em resultados. Um bom gerente de produção é aquele que aposta em si mesmo, na sua capacidade de realizar da melhor forma possível todo e qualquer trabalho por mais difícil que ele seja.

   
As características essenciais do gerente são: liderança; assiduidade; conhecimento e controle da atividade; organização; iniciativa; capacidade de trabalho e asseio.


Tratadores

O tratador deve ser um indivíduo que possui conhecimento básico sobre suinocultura, capacidade de organizar seu tempo, avaliar as prioridades, manter em dia os serviços de rotina, saber reconhecer as alterações do estado de saúde dos animais e propor soluções para os problemas.

Treinamento


Os funcionários devem ser capacitados para exercer as atividades/tarefas a eles confiadas. Portanto, na escolha de pessoal deve-se optar por aqueles que já detêm conhecimento na atividade. Não havendo esta possibilidade, cursos de capacitação deverão ser implementados.

  
Estrategicamente, todos os funcionários deverão saber fazer todas as atividades inerentes ao sistema. Isto assegurará continuidade em caso de falta momentânea de um determinado funcionário. Logo, os funcionários deverão ser capacitados para as atividades a serem desenvolvidas nas diferentes fases de produção, tais como, reprodução, gestação, maternidade, creche e crescimento e terminação.


Controle da atividade e indicadores de produtividade


Atualmente existem no mercado softwares específicos para a avaliação técnica e econômica da atividade suinícola. Estes softwares constituem-se em ferramentas muito úteis ao criador, permitindo um acompanhamento mais detalhado dos resultados da atividade e auxiliando na tomada de decisão. Como exemplo cita-se o programa ATEPROS, desenvolvido pela Embrapa Suínos e Aves.

   
Na falta de um software para o controle dos índices técnicos e econômicos do sistema de produção, deve-se estabelecer uma forma alternativa manual que atenda as necessidades mínimas de controle da produção e da produtividade. Em ambos os casos, via software ou manual, é necessário manter a identificação dos animais e utilizar fichas de controle em cada fase de produção.

  • Identificação dos animais: A identificação dos reprodutores permite acompanhar o desempenho reprodutivo e a dos outros animais o desempenho produtivo. A identificação dos animais pode ser feita através de tatuagem, brinco ou mossa.
  • Fichas de controle: O preenchimento de fichas é importante para o controle do rebanho suíno. Dentre elas destacam-se fichas de controle de porcas, de machos, de coberturas, de leitegadas, de compras de animais e alimentos, de vendas de animais, de despesas gerais, de movimento de animais dentro da granja, de vacinações e de consumo de ração.

Além da observação dos valores críticos e metas estabelecidas para cada fase, o produtor deve manter um controle rigoroso de todas as compras e vendas para garantir um acompanhamento econômico/financeiro da atividade. 

   
Dentre os indicadores de gerenciamento técnico do sistema, destacam-se a conversão alimentar do rebanho e o número de leitões produzidos por porca por ano.


Aspectos sociais


É na qualidade da mão-de-obra, na relação empregado-empregador e na capacidade de motivação dos funcionários que o criador tem hoje grande possibilidade de melhorar o desempenho técnico e financeiro de sua empresa.

   
Cada funcionário deve ser remunerado, no mínimo, de acordo com a legislação trabalhista. Uma estratégia interessante para a melhoria do índices de produtividade é a adoção de um sistema de premiação para os funcionários, o qual pode ser um percentual de ganho a mais para cada meta superada num dado período de tempo, como exemplo número de suínos terminados por matriz por ano. Este procedimento visa estimular os funcionários para a busca constante de melhores resultados na atividade.
   
Deve-se buscar a motivação constante dos funcionários através de reuniões e treinamentos. Esforços devem ser implementados no sentido de manter na escola todos os filhos dos funcionários.


Higiene e segurança do trabalhador


Há necessidade de estabelecer procedimentos básicos de higiene e obediência de normas vigentes de segurança no trabalho.

   
O gerente ou o responsável pela equipe de trabalho deverá exigir dos empregados que lavem as mãos antes de manejar os animais e utilizem vestimentas e equipamentos adequados ao manejo de resíduos.
   
Deve-se monitorar periodicamente a saúde dos trabalhadores nas áreas de produção. As ocorrências referentes à saúde e segurança no trabalho deverão ser registradas em fichas de acompanhamento e arquivadas em um setor específico.
   
Especial atenção deve ser dada quanto ao armazenamento e manuseio de produtos químicos. Esses devem ser armazenados em locais específicos, ventilados e bem sinalizados. Os trabalhadores capacitados a manusear produtos químicos devem ser treinados para utilização dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) e para a obediência dos preceitos de higiene pessoal.
   
Deve-se garantir instalações adequadas para alimentação e higiene pessoal de trabalhadores rurais, bem como, manter um programa de higienização e renovação de suprimentos nos sanitários.
  
Todos os empregados deverão ser capacitados para a adoção de boas práticas de higiene pessoal e manejo dos animais.
   
Dispor, em local de fácil acesso, de uma lista de telefones úteis como bombeiros, pronto socorro, laboratórios de análises, órgãos de pesquisa, ambientais, de extensão e fiscalização.


 





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