25 de dez. de 2023

Alimentação dos Canários

 

SEMENTES E RAÇÕES:



Canários são pássaros granívoros, o que significa dizer que se alimentam basicamente de sementes. Atualmente existe, no mercado, grande variedade de sementes, e a mistura delas é que fornecerá aos seus pássaros a energia e os nutrientes necessários para sua subsistência.

As sementes mais comuns encontradas nas misturas prontas disponíveis no mercado são: alpiste (que deve ser a base da mistura), niger, linhaça, colza, nabão e aveia. Mais recentemente, os canaricultores têm fornecido a seus pássaros uma semente oriental, chamada perila, que é rica em ómega 3 e ômega.

QUER O MELHOR PARA SEU CANÁRIO? RAÇÃO EXTRUSADA É A DICA!



Atualmente muito se tem falado de "ração extrusada", que nada mais é do que um alimento balanceado especialmente desenvolvido para a criação de canários, como ocorre com a ração para a criação de cães.

Muitos criadores de pássaros exóticos já utilizam esse tipo de alimento visando à melhor nutrição e à praticidade no trato de seus pássaros. Esse tipo de alimento é a opção ideal para os grandes e pequenos criadores, que não terão de se preocupar com a qualidade das sementes, se estão livres de pragas, doenças ou agrotóxicos.

Além disso, essa ração torna o processo de alimentação das aves mais prático e higiênico. Você não precisará soprar para limpar, basta encher o comedouro e depois só ir completando, pois o canário consome o grão por inteiro. O que lhe dará mais tempo para poder fazer outras coisas, como observar melhor suas matrizes, filhotes, etc.

FARINHADAS:


Além das sementes, é necessária a adoção de uma farinhada de excelente qualidade. Essa alimentação visa a complementar o quadro vitamínico necessário à boa nutrição dos canários. É na farinhada que misturamos medicamentos, corantes, vitaminas específicas para as diversas fases da vida do canário e demais suplementos.

Alguns criadores fornecem a farinhada úmida, outros seca, e muitos ainda misturada com gema de ovo. Deve-se, porém, tomar cuidado com essa última mistura, visto que o excesso de proteínas dessa combinação (gema e farinhada) pode implicar alguns problemas de saúde para as aves. Sugerimos que o criador siga as recomendações da embalagem da farinhada, pois nela há dicas para o fornecimento, no que diz respeito à quantidade por canário e ao manuseio.

FRUTAS E VERDURAS:

As frutas e verduras são fornecidas aos canários como "guloseimas", sendo fonte de vitaminas e fibras. Todo canário adora uma boa e fresquinha folha de almeirão ou um tenro pedaço de maçã. No entanto, há controvérsias em relação ao fornecimento desse tipo de alimento aos canários.

Alguns criadores afirmam que os canários preferem essa alimentação às farinhadas vitaminadas ou ainda que essas frutas e verduras podem estar contaminadas por agrotóxicos.

Deve-se por regra observar dois pontos na hora de fornecer esse alimento aos canários. O primeiro é a procedência dessas verduras: é necessária extrema cautela na sua aquisição, visto que uma verdura contaminada põe em risco toda a sua criação. O segundo ponto é o tipo de alimento que se deve fornecer: verduras amargas, almeirão, chicória, escarola, couve, rúcula e espinafre são bem-vindos, já a alface deve ser evitada por causar diarreia. A maçã, o mamão, a banana e a laranja são as frutas mais comumente utilizadas. Mas não se espante se seu canário nem as experimentar, é simplesmente uma questão de acostumá-lo com essa dieta e você deve insistir.

ALIMENTAÇÃO DOS FILHOTES:

No caso de você decidir ajudar os pais na alimentação dos filhotes, siga essas dicas:

 • Prepare a papinha a cada refeição, ou seja, se você for alimentá-los três vezes ao dia, faça a papinha três vezes, não a deixando parada, pois assim procedendo você não correrá o risco de fornecer papinha azeda aos filhotinhos, o que poderia lhes fazer mal.

 • Procure alimentá-los sempre em um mesmo horário, para que se crie uma rotina e cause menor estresse ao casal.

 • Lave muito bem todos os acessórios utilizados nessa tarefa e troque por um conjunto novo quando for alimentar filhotes de casais diferentes. Sem esse procedimento, você poderá estar disseminando doenças entre as aves.

 • Para a alimentação do filhote, você deve utilizar um objeto sem ponta ou farpas a fim de que, durante esse processo, o filhote não venha a se machucar. Um utensílio empregado com grande sucesso é uma tampa de caneta comum.

 • Não é necessário alimentá-los durante a noite, mas procure fazê-lo ao final da tarde/início da noite, pois os filhotes passarão um longo período sem receber alimentação.

 • Mude a consistência da papinha conforme a necessidade dos filhotes. Os menores exigem papinhas mais moles, enquanto os maiores já podem receber uma papinha mais consistente.

 • Alimente os filhotes até que eles não precisem mais de sua ajuda para isso, o que deverá ocorrer depois de sete a dez dias; após isso eles já estarão grandes o suficiente e poderão atrair sozinhos a atenção dos pais.

 • Para estimular o filhote a pedir comida e abrir o bico, dê pequenas e leves batidas na borda do ninho. Esse sinal é interpretado como a volta da fêmea que deixou o ninho para se alimentar.




20 de set. de 2023

ESCOLHA DOS CANÁRIOS BELGAS PARA CRIAÇÃO



ESCOLHENDO SEUS CANÁRIOS:

Caso o criador iniciante tenha a intenção apenas de ter um companheiro do qual possa apreciar o canto, ou para produzir alguns poucos filhotes para sua diversão ou mesmo para presentear, não há a necessidade de seguir regras complexas de acasalamentos ou aprofundar-se nos criteriosos padrões de cores. Esse criador deve apenas ter ciência de que desses cruzamentos sem critérios resultarão canários fora do padrão, os chamados "Pés-Duros", que, em analogia com cães, seriam os "Vira-Latas" ou sem raça definida “SRD”.

Para uma criação que vise a concursos ou premiações, devemos partir para uma linhagem diferenciada e de acordo com os padrões da Federação Ornitológica Brasileira (www.fob.org.br), que é quem determina os padrões das linhagens, fornece as anilhas e permite a participação em concursos regionais, brasileiros ou mundiais.

Nesse sentido, devemos adquirir canários de criadores idóneos e, em um primeiro momento, um pequeno número de casais, aumentando-se gradativamente essa quantidade junto com o aprimoramento da nossa experiência.

Algumas regras básicas devem ser seguidas na aquisição de seus canários:

• Adquira seus pássaros de criadores idóneos. Via de regra, esses amantes da canaricultura, além de lhe venderem bons canários, terão grande prazer em ajudá-lo a entender melhor esse mundo.

• Os canários de excelente linhagem e procedência são os mais caros, portanto aqui vale a regra "o barato sai caro".

• Busque adquirir pássaros anilhados. A anilha é o pedigree dos canários.

• Evite a aquisição de aves doentes ou visivelmente debilitadas. Os canários são animais alegres, espertos e que demonstram grande vivacidade.

• Perca um certo tempo na observação de seu futuro pássaro. O ventre deve estar limpo e sem manchas, as patas devem ser livres de escamas ou de defeitos em unhas. "Ouça" a respiração do canário, coloque-o próximo ao ouvido e, se perceber algum sinal de chiado ou rouquidão, desista da aquisição.

• Observe o pássaro, num primeiro instante, de uma certa distância e vá se aproximando lentamente. Procure deixá-lo no local onde está, evitando colocá-lo ao sol ou próximo de outras aves, pois essa atitude estimulará o canário e poderá esconder alguma doença.

• Escolha sempre os mais espertos, corajosos, alegres e de plumagem sedosa, aderente ao corpo e de brilho nítido. Os olhos devem ser observados e devem estar sempre vivos e brilhantes.

Seguindo essas poucas regras você terá um excelente companheiro e, possivelmente, alguns filhotes para sua alegria.


IDENTIFICANDO O SEXO DOS CANÁRIOS:

Os canários praticamente não apresentam diferenças visíveis entre os sexos, sendo que o meio mais fácil de reconhecer um macho é ouvi-lo cantar. Apesar disso, é possível encontrar uma ou outra fêmea que também cante.

Antes da primeira muda de penas, fazer a identificação fica ainda mais difícil uma vez que coloração da plumagem não está totalmente definida. Por esse motivo, recomenda-se aguardar a primeira muda para fazer a identificação, verificar a qualidade do canto, ou o porte da ave, e separar as de interesse.

Quando a temporada de criação se aproxima, torna-se mais fácil a identificação do sexo pela observação da abertura anal. A da fêmea é dilatada e arredondada, quase rente ao abdômen; a do macho é bastante pronunciada e saliente.

Na compra do canário, peça ao fornecedor que identifique o sexo do canário, de preferencia que marque com uma anilha especial.






19 de set. de 2023

CONTROLE ZOOTÉCNICO DA CODORNA PARA CORTE

 

CONTROLE ZOOTÉCNICO 

Devem-se manter anotações em fichas próprias para o controle zoo­técnico do plantel. Na ficha deve conter: nome do proprietário, número de codornas alojadas, a data de alojamento do lote, o número do lote, origem das codornas, número diário de mortes, data das vacinações e quantidade de ração fornecida (figura 32). 

MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE DESEMPENHO CODORNA PARA CORTE 

Proprietário:                                  Propriedade: 

Tipo de codorna:                          Procedência: 

Data do Nascimento: / /                Nº do galpão ou lote:

Número de aves alojadas:           Nº de aves abatidas: 





Data final do lote: / / . 

Assinatura do responsável................................................................................................................... 

Figura 32. Ficha de Controle de Desempenho 





10 de ago. de 2023

MANEJO DA CRIAÇÃO DE CODORNAS

 

MANEJO DA CRIAÇÃO

Manejo do galpão: ao alojar um novo lote, todo o galpão e os equi­pamentos devem ser lavados e desinfetados. Deve-se assegurar que tudo está funcionando e que a quantidade é suficiente. Verificar ainda se as cortinas estão subindo e descendo de forma adequada. Caso te­nha ficado resíduo de cama do lote anterior, o primeiro passo é realizar uma limpeza, retirando toda matéria orgânica (fezes, penas, resto de carcaças, etc.) do galpão (figura 23). A desinfecção deve ser realizada com aplicação de lança-chamas. Em seguida deve ser usado um saniti­zante diluído (hipoclorito de sódio, creolina, etc.), e por fim realizada a caiação. Os sanitizantes são utilizados nas seguintes proporções: 

a) Calda de cal extinta (caiação): diluir 20 kg de cal virgem em 25 litros de água. Adicionar 200 ml de creolina. Usar a solução para caiação de pisos e paredes. 

b) Solução de creolina a 10%: diluir 1 litro de creolina comercial em 9 litros de água. Utilizar em pulverizações de pisos e paredes. 

c) Cal virgem em pó (pedilúvio seco): colocar a cal virgem em pó em caixas na entrada do galpão.

 

Limpeza e desinfecção do galpão. 

O substrato ou cama de acomodação das aves deve ser distribuído por todo o piso do galpão com altura entre 5 a 8 cm. Dessa forma, evita­-se o contato direto das mesmas com umidade e friagem. O material uti­lizado deve possuir capacidade de absorver com facilidade a umidade das fezes, sendo os mais utilizados na coturnicultura a palha de arroz, a maravalha e o sabugo de milho triturado. O volume de 01 m³pode cobrir 20 m² de área, com uma altura de 5 cm. Devem-se evitar materiais que formem pó ou liberem odores desagradáveis (figura 24).

Figura 24. Distribuição de cama de palha de arroz. 

Manejo (fase inicial): a chegada das codorninhas na granja é um momento muito delicado e merece atenção redobrada. No recebimento das codornas de 01 dia, sobre a cama devem ser montados os círculos de proteção, o equipamento com fonte de aquecimento (campânula), comedouros tipo bandejas e bebedouros próprios para a fase inicial, que vai do 1º aos 21 dias de idade. Antes da montagem dos equipamentos dentro dos círculos, os mesmos devem ser forrados com papelão, tecido ou tela de nylon branca (figura 25). 

Figura 25. Galpão montado aguardando chegada das codornas de 01 dia. 

As caixas de transporte das co­dorninhas devem ser distribuídas do lado de fora, ao lado do círculo de proteção. Deverão ser abertas uma de cada vez, as codorninhas devem ser retiradas com as duas mãos de forma delicada, soltando­-as sob a campânula, dentro do cír­culo de proteção. Sob o forro deve ser espalhado um pouco de ração, estimulando as codorninhas ao consumo da mesma. O forro deve ser retirado no início da 2ª semana de vida das aves. 

Os círculos de proteção têm como função proteger as codorninhas das correntes de ar e limitar a área disponível às mesmas, próxima da fonte de aquecimento, da água e da ração. Para construção do círculo são ne­cessárias 03 folhas de compensado de 2,75 m de comprimento por 40 cm de altura, com 3 mm de espessura. À medida que as codorninhas forem crescendo, os círculos deverão ser ampliados. Quando as aves começarem a voar sobre eles, entre o 15º e o 20º dia, retire-os do galpão. 

A campânula deve ser instalada a 80 cm de altura do piso e ace­sa uma hora antes da chegada das aves para adequar a temperatura da instalação e fornecer calor necessário às codorninhas. Não podemos esquecer que nas primeiras semanas de vida, as mesmas não têm capa­cidade de regular a temperatura corporal, portanto o aquecimento é de fundamental importância para o seu crescimento. A temperatura nesta primeira fase deve ficar entre 36 e 39°C. À medida que vão crescendo, as exigências de calor vão diminuindo em 3°C por semana, até atingir a temperatura de conforto animal que é de 25°C, na quinta semana de vida. Uma campânula deve ser utilizada para 1.000 aves. O controle de temperatura deve ser realizado conforme o comportamento das codor­ninhas, abaixando ou levantando a campânula em relação à cama (figu­ra 26). 

Figura 26. Comportamento das codorninhas de acordo com a temperatura. 

Outro ponto importante a ser observado é o manejo das cortinas. Re­comenda-se manter as cortinas levantadas nos primeiros 07 dias de vida para manter a temperatura interna. A partir da segunda semana pode manejá-las, abaixando-as nos dias mais quentes e levantando-as nos dias mais frios (Figura 27). Entretanto, as mesmas não podem ser baixadas to­talmente, evitando mudanças bruscas de temperatura dentro do galpão. Caso haja odor de amônia dentro da instalação, deve-se baixar a cortina, preferencialmente do lado que não recebe vento, para que ocorra troca de ar. Os bebedouros tipo sino intercalado ou tipo copo de pressão devem ser instalados na proporção de 1:200 codorninhas. Em suas canaletas distri­bua bolas de gude (figura 28), isto evitará que as codorninhas, por serem pequenas, sujem a água ou se molhem, podendo morrer por hipotermia. Devem ser limpos todos os dias, mantendo a água sempre fresca. A partir da segunda semana de vida das aves podem ser retiradas. Os comedouros do tipo bandeja também devem ser instalados na proporção de 1:200 aves, deverão estar afastados da fonte de calor, pois a temperatura elevada faci­lita a oxidação de vários nutrientes, além disso, a área do centro deve ficar livre para circulação das codorninhas. Mantê-los sempre cobertos por ra­ção, isto evitará que os mesmos fiquem escorregadios, evitando distensões e luxações nas aves. Nesta fase, a ração deve ser peneirada e distribuída 03 vezes ao dia, isto evitará desperdícios, além de estimular o consumo. Os comedouros e bebedouros devem ser posicionados de forma alternada dentro dos círculos de proteção (figura 29). 

Figura 27. Manejo de cortinas. 

Figura 28. Bebedouro com bolas de gude. 

Figura 29. Disposição de bebedouro e comedouros dentro do círculo protetor.

Manejo (fase crescimento/terminação): a instalação e a distribui­ção dos bebedouros e comedouros permanentes são serviços que devem ser realizados após a retirada dos círculos de proteção, da campânula, dos bebedouros e comedouros utilizados na fase inicial. Entretanto, os pontos de instalação dentro do galpão já devem estar todos definidos. 

Os bebedouros pendulares devem ser regulados para ficar com a borda superior na altura do dorso das aves (figura 30). A quantidade de água dentro dos bebedouros deve ser reduzida à metade de sua capacidade, isto evitará o derramamento de água na cama. As co­dornas adultas bebem mais água para facilitar a deglutição da ração e, por essa característica, há uma considerável queda de ração nos bebedouros, podendo fermentar e causar diarreias e intoxicações nas aves. Caso os bebedouros fiquem regulados de forma alta, as aves terão dificuldade para beber água, gastando mais energia, pois terão que se esforçar para alcançá-la, além de terem seu desenvolvimento retardado. Caso estejam baixo, a água irá sujar mais rapidamente, haverá mais possibilidade de molhar a cama, além de favorecer o sur­gimento de doenças. Devem ser lavados diariamente.


Figura 30. Altura do bebedouro. 

Os comedouros tubulares são regulados para que a borda superior da calha coincida com a altura do dorso das aves (figura 31). Como as codornas crescem rapidamente, sempre será necessário fazer nova re­gulagem. Considere o porte médio das aves ao realizar esta operação. Abasteça os comedouros até 1/3 da altura da borda. 

Figura 31. Altura do comedouro. 

Em função das aves terem como hábito escolherem os maio­res grãos da ração, caso os come­douros fiquem regulados de forma baixa, ao fazerem essa seleção irão promover o desperdício do ali­mento, prejudicando a conversão alimentar. Caso os comedouros es­tejam altos, haverá dificuldade de ingestão da ração, consequentemente mais gasto de energia, levando a um menor desempenho das aves. 

O manejo da cama deve ser contínuo, é importante evitar que ela fique úmida e forme placas. Caso isso aconteça, as placas devem ser imediatamente retiradas, substituindo-as por uma cama nova. A umi­dade dentro do galpão não deve ultrapassar 70%, pois isto favorece o aparecimento de enfermidades, dificulta o empenamento, retarda o crescimento e, por consequência, diminui o desempenho das codornas.

As cortinas devem ser manejadas corretamente a fim de propiciar maior ventilação no galpão, sem que ocorra incidência de ventos direta­mente sobre as aves, fornecendo ar fresco e extraindo o ar viciado em gás carbônico, amônia e umidade. 




11 de ago. de 2022

CRIAÇÃO DE CODORNA PARA CORTE

 

PRODUÇÃO DE CODORNA PARA CORTE 

O que diferencia a codorna europeia da codorna japonesa é o peso vivo na fase adulta, a codorna europeia é mais indicada para corte devi­do ao seu maior peso por ocasião do abate (250 a 270g), enquanto que a codorna japonesa atinge peso menor na fase adulta (140 a 160g), fato compensado por sua alta postura de ovos. 

O agricultor interessado em criar codornas para produção de carne deve ter uma atenção especial ao adquirir estas aves. As codorninhas de um dia devem ser compradas de fornecedores registrados nos serviços de defesa Agropecuária municipais, estaduais ou do Ministério da Agricultura. 

No caso do Distrito Federal, como não existem fornecedores de co­dorna para corte, os coturnicultores adquirem as codorninhas de gran­jas matrizeiras localizadas no estado de São Paulo, principalmente da região de Suzano. Estas granjas importam as matrizes, destinadas à produção de codorninhas de um dia, dos países europeus situados na região do Mediterrâneo: França, Itália, Espanha e Grécia. Nessa região existem linhagens com boa carga genética e as aves são selecionadas exclusivamente para este fim. 

Codorna japonesa (esquerda). Codor­na europeia (direita) 

As aves são enviadas pelas granjas matrizeiras por via aérea, sendo retiradas no aeroporto pelos criadores (figura 08 e 09). O transporte até as propriedades é realizado em veículo adequado, deve possuir boa ventilação e não permitir a entrada de chuva ou ventos fortes. 

caixa para transporte 

Caixas com codornas de 01 dia. 

PLANEJAMENTO DA CRIAÇÃO DE CODORNAS PARA CORTE

Antes de iniciar a criação de codornas, devemos levar em conside­ração vários fatores de ordem técnica e econômica para implantação da granja, dentre os quais se destacam: o clima, os insumos, a mão de obra, a eletricidade, a localização, a fonte de água e o mercado. 

Clima: as codornas são originárias de regiões temperadas, portan­to necessitam de ambientes que lhes proporcionem conforto. Lugares onde ocorrem ventos fortes com frequência, umidade elevada e que apresentem topografia muito acidentada, não são recomendados para a construção das instalações. Esses fatores geram estresse das aves e consequentemente o surgimento de doenças, além de elevar o custo das instalações. 

Insumos: é importante identificar fábricas de ração ou fornecedores de soja, milho ou sorgo na região, ingredientes indispensáveis para a elaboração de uma boa ração. Outros fatores como bons fornecedores de codorninhas de 01 dia (matrizeiros), lojas de equipamentos avíco­las e a logística para aquisição desses insumos devem ser avaliados. A assistência técnica contínua e de qualidade também é de fundamental importância para o sucesso da criação. 

Mão de obra: a mão de obra tem sido um dos fatores limitantes para o desenvolvimento da atividade coturnícola. A criação exige pessoas capacitadas, responsáveis e bem treinadas tecnicamente para manejar as aves. A utilização de mão de obra familiar diminui o custo da ativida­de. Uma pessoa adulta bem capacitada consegue manejar 20.000 aves para corte. 

Eletricidade: a criação depende de energia elétrica em todas as fa­ses, sendo imprescindível na fase inicial. Como em algumas áreas pode existir falta constante de energia elétrica é recomendado que até os 15 dias de idade a fonte de energia seja a gás ou a lenha. Em grandes criações é recomendável a instalação de um conjunto gerador de eletri­cidade. 

Localização: estradas são recursos absolutamente indispensáveis para escoamento da produção, sem elas não há possibilidade de iniciar uma criação. As vias de acesso não podem passar pela granja. Deve-se evitar o fluxo contínuo de veículos nas vias internas. É importante des­tacar que alguns patógenos aviários podem ser transmitidos pelo ar, por pássaros ou por veículos que circulam pelo aviário. Devido à sensi­bilidade da codorna ao estresse provocado pelo barulho, pela presença de animais ou por pessoas estranhas na granja, a exploração deve ser desenvolvida distante de áreas residenciais, bem como de rodovias mo­vimentadas. 

Água: as codornas são muito sensíveis à qualidade da água. Portan­to, a fonte desse elemento deve atender aos padrões de potabilidade para o abastecimento, principalmente no que diz respeito aos critérios físicos, químicos e biológicos. A fonte da água deve ser de boa proce­dência, preferencialmente de poços artesianos ou semi artesianos, pois permite melhor controle da qualidade. Mesmo potável, a água deve ser filtrada. Portanto, deve-se instalar um filtro industrial no início das tubula­ções hidráulicas dos galpões. Dentro de cada galpão deve-se instalar uma pequena caixa d’água para garantir água fresca às codornas e facilitar a aplicação de vacinas e medicamentos por via oral. Vale lembrar que todo o sistema de fornecimento de água deve ser lavado a cada seis meses. 

Mercado: é de grande importância certificar a existência de um mercado consumidor e se esse mercado tem condições de absorver a produção total que se pretende produzir, sem causar saturação e conse­quentemente redução nos preços do produto. É interessante que se faça um estudo do potencial de consumo da região e de viabilidade econô­mica do negócio, deve-se levar em consideração os hábitos alimentares e o poder aquisitivo do mercado consumidor.


Planejamento das instalações 

As instalações devem ser construídas de modo a permitir o máximo conforto às aves, facilitando a limpeza, a disponibilidade de água e a renovação do ar no interior dos galpões, propiciando melhor controle e manejo sanitário do plantel. No momento de construir as instalações, é imprescindível que os ventos do Sul sejam evitados e que o sol não in­cida diretamente dentro dos galpões. É recomendável que a construção seja orientada no sentido leste-oeste de modo que o sol, durante o seu trajeto, percorra a cumeeira em toda a sua extensão sem causar irradia­ção direta no seu interior. É interessante também que a área nas proxi­midades do galpão seja arborizada, evitando assim a radiação direta do sol e a redução da ação dos fortes ventos. Árvores frutíferas não devem ser plantadas para diminuir a presença de pássaros. 

Galpão: o tamanho do galpão será definido em função do número de aves a serem criadas. Para codornas de corte, cada metro quadrado do galpão pode receber 50 aves adultas. Os galpões construídos pelos pequenos coturnicultores do DF possuem 6 m de largura por 12 m de comprimento e pé-direito de 2,5 m, sendo feitos de alvenaria, com mu­reta de 50 cm e cobertura de telha fibrocimento, totalizando 72 m² e capacidade para alojar em torno de 3.600 aves. O beiral deve ter de 1,0 m a 1,20 m, isto protegerá as aves do sol e chuva (figuras 10 e 11). 


Nas laterais, deve ser colocada tela anti pássaros e predadores (fi­gura 12). Com o galpão pronto, devem-se tirar as medidas e encomendar as cortinas em lojas de equipamentos para avicultura. Não se esqueça de instalar o cortinado de forma a permitir que os mesmos sejam aber­tos de cima para baixo (figura 13). 

Figura 12. Tela anti pássaros. 

Figura 13. Cortinado instalado. 

O piso do galpão deve ser cimentado para facilitar a limpeza e ma­nutenção, assim como os passeios em volta do galpão, seguindo a linha dos beirais (figura 14). 

A instalação hidráulica deve facilitar a colocação dos bebedouros e possíveis nebulizadores. Instale uma caixa d’água do lado externo ou no interior do galpão, isto facilitará a limpeza, bem como a aplicação de vacinas e medicamentos (figura 15). 

Figura 14. Muretas e calçadas. 

Figura 15. Instalações hidráulicas para pequenas criações. 

A distribuição de tomadas e lâmpadas dentro e fora do galpão tam­bém é imprescindível para um bom manejo da criação. A temperatura ideal dentro da instalação deve ser mantida entre 25 e 28°C. Na entrada do galpão, instale um pedilúvio para higienização dos pés dos tratado­res. Uma sala para o depósito de rações, utensílios e de medicamentos deve ser construída próxima à instalação. 

Vista geral do galpão.

Equipamentos: na fase inicial, são necessários círculos de proteção de folhas de compensado, fontes de aquecimento (campânulas) de pre­ferência a gás (figura 17), bebedouros de pressão tipo sino intercalados ou bebedouros tipo copo de pressão (figura 18) e comedouros do tipo bandeja para pizza (figura 19). Os equipamentos devem ser instalados antes da chegada das aves. 

Círculos de proteção e cam­pânula a gás. 

Bebedouro de pressão tipo sino. 

Comedouro tipo bandeja. 

A partir dos 15 dias de vida, devem ser utilizados comedouros pen­dulares com capacidade para 5 kg de ração e bebedouros do tipo auto­mático pendular. (figuras 20, 21 e 22). 

Bebedouros e comedouros instalados. 

Comedouro 

Bebedouros. 





30 de mar. de 2022

CARACTERÍSTICAS ZOOTÉCNICAS DAS CODORNAS

 

CARACTERÍSTICAS ZOOTÉCNICAS DAS CODORNAS

Taxa de crescimento: as codornas são aves de rápido crescimento. Nascem com cerca de 7,5 a 10 g. A codorna japonesa aos 07 dias de vida triplica o seu peso corporal. Aos 28 dias pesa dez vezes mais que o peso inicial. A codorna europeia nesta idade pesa 20 vezes mais do que o peso ao nascimento. A codorna japonesa adulta pesa em torno de 140 a 160 g e a codorna europeia em torno de 250 a 270 g. Estão aptas para postura ou abate em torno de 40 a 45 dias. 

Rusticidade: são consideradas aves resistentes a uma diversidade de doenças, podem ser criadas em regiões quentes ou frias, desde que tenham instalações que possuam um bom conforto térmico. 

Precocidade sexual e produtiva: decorrente de seu rápido cresci­mento, a codorna atinge a maturidade sexual entre 40 e 45 dias de vida, ou seja, inicia a fase de postura em idade precoce. No caso da codorna para produção de carne, pode-se realizar um abate seletivo, somente as fêmeas, aos 35 dias de vida, tornando a criação ainda mais vantajosa economicamente. 

Consumo e conversão alimentar: um animal adulto para corte con­some entre 30 a 35 g de ração por dia e animal para postura consome cerca de 25 a 28 g por dia. 

Pequeno porte: por ser uma ave de porte pequeno, ocupa pouco espaço para a sua criação, sendo uma excelente alternativa econômica para as pequenas propriedades rurais. 

Produtividade: as codornas japonesas quando bem manejadas e alojadas, a produção de ovos pode chegar a 300 ovos/ave/ano. O perí­odo de produção varia entre 12 a 14 meses. 

Rendimento de carcaça: quando criadas para a produção de carne, tanto as fêmeas como os machos apresentam um rendimento de carca­ça na ordem de 75% em relação ao seu peso vivo.


PRODUÇÃO DE CODORNA PARA CORTE 

O que diferencia a codorna europeia da codorna japonesa é o peso vivo na fase adulta, a codorna europeia é mais indicada para corte devi­do ao seu maior peso por ocasião do abate (250 a 270g), enquanto que a codorna japonesa atinge peso menor na fase adulta (140 a 160g), fato compensado por sua alta postura de ovos. 

O agricultor interessado em criar codornas para produção de carne deve ter uma atenção especial ao adquirir estas aves. As codorninhas de um dia devem ser compradas de fornecedores registrados nos serviços de defesa Agropecuária municipais, estaduais ou do Ministério da Agricultura. 

No caso do Distrito Federal, como não existem fornecedores de co­dorna para corte, os coturnicultores adquirem as codorninhas de gran­jas matrizeiras localizadas no estado de São Paulo, principalmente da região de Suzano. Estas granjas importam as matrizes, destinadas à produção de codorninhas de um dia, dos países europeus situados na região do Mediterrâneo: França, Itália, Espanha e Grécia. Nessa região existem linhagens com boa carga genética e as aves são selecionadas exclusivamente para este fim. 

Figura 07. Codorna japonesa (esquerda). Codor­na europeia (direita) Fonte: José Gonçalves.

As aves são enviadas pelas granjas matrizeiras por via aérea, sendo retiradas no aeroporto pelos criadores (figura 08 e 09). O transporte até as propriedades é realizado em veículo adequado, deve possuir boa ventilação e não permitir a entrada de chuva ou ventos fortes. 

Figura 08. Caixas para transporte aéreo de codornas de 01 dia. 

Figura 09. Caixas com codornas de 01 dia. 




13 de jan. de 2022

CLASSIFICAÇÃO DAS CODORNAS


 

CLASSIFICAÇÃO DAS CODORNAS 

A codorna pertence à classe das aves e ordem dos Galináceos, família das Faisanidas, subfamilia dos Perdicinae e do gênero Cotur­nix, existindo grandes quantidades de espécies. As mais conhecidas e difundidas são: a codorna japonesa Coturnix coturnix japonica, a codorna europeia ou selvagem Coturnix coturnix coturnix, a codorna americana conhecida como “Bobwhite Quail” Colinus virginianus, e a codorna chinesa Coturnix adansonii, muito utilizada como ave deco­rativa e ornamental. 

Descrição das espécies 

Codorna japonesa (Coturnix coturnix japonica): predomina a plu­magem de coloração bege com tonalidades tipo carijó. Entretanto, é normal na criação terem algumas com plumagem de cor branca e mista. É conhecida com uma “máquina” de produzir ovos, pois tem a capaci­dade de botar 300 ovos por ano. Animal dócil e muito resistente a do­enças, de fácil criação e manejo. 

Figura 03. Codorna Japonesa (Coturnix coturnix japonica).


Codorna europeia (Coturnix coturnix coturnix): as codornas euro­peias são aves mais precoces do que as japonesas, sendo uma melhor opção para a criação destinada ao corte. Com 42 dias de vida podem atingir peso de até 270g. Elas apresentam uma postura menor que as ja­ponesas, mas os ovos têm um peso maior, em torno de 13g enquanto os ovos das japonesas pesam 10g. Possuem rendimento de carcaça de 75%. Sua plumagem apresenta diversas cores, variando entre bege, branca, marrom e mista. Predomina a cor tipo carijó. (figura 04).

Figura 04: Codorna Europeia (Coturnix coturnix coturnix). 

Codorna chinesa (Coturnix adansonii): a codorna chinesa é criada principalmente como ave ornamental. Sua plumagem é muito variável, tornando-a bastante atraente para o mercado “pet”. É uma ave dócil e fácil de criar, de tamanho pequeno atingindo uma média de 13 centíme­tros o que a torna ideal para coabitar em viveiro com outras aves. Para identificar o macho, basta observar a plumagem do pescoço que apre­senta manchas pretas e brancas. Na cabeça a plumagem é de um tom escuro de azul e a coloração inferior da plumagem um marrom-averme­lhado. De baixa postura, seu ovo é menor do que os ovos da japonesa o que diminui a escolha da criação para postura.

Figura 05. Codorna Chinesa (Coturnix adansonii) 

Codorna americana (Colinus virginianus): a codorna americana é originária dos Estados Unidos. É também conhecida como Bob White. A sua plumagem é de coloração marrom tipo carijó tendo como destaque as listas brancas na cabeça. Suas penas traseiras são mais alongadas. A Bob White possui dupla aptidão, ou seja, é boa para a produção de carne e ovos, sendo estes bastante utilizados nas agroindústrias para a produção de ovos em conserva em virtude do seu maior tamanho. A casca do seu ovo não possui pigmentação como o da codorna europeia e o da japonesa. Em função desta característica não é aceito pelo con­sumidor quando vendido in natura. Possui baixa conversão alimentar quando comparada com a linhagem europeia e baixo índice de postura em relação à japonesa. 

Figura 06. Codorna Americana (Colinus virginianus)





21 de dez. de 2021

INSTALAÇÕES PARA INICIAR A CRIAÇÃO DE CANÁRIOS

 

INSTALAÇÕES PARA INICIAR A CRIAÇÃO

Os canários são pouco exigentes no que diz respeito ao local de sua criação. Pode-se tê-los em apartamentos, garagens, sacadas ou até em complexos e bem estruturados viveiros. No entanto, deve-se observar sua segurança, seu conforto e sua tranquilidade, uma vez que são aves sensíveis a correntes de vento, baixa temperatura, poluição e locais estressantes.

O recomendado é que o seu canário fique protegido do sol direto, de insetos e animais que o vejam como um possível lanche da tarde, como gatos, ratos e até mesmo gaviões.

VIVEIROS:

Caso você tenha intenções profissionais na criação de canários, será necessária a construção de um local especialmente destinado a essa atividade, normalmente conhecido como canaril ou criadouro, que deve ser arejado, com grandes janelas fechadas por telas do tipo mosqueteira e com capacidade para comportar os casais e os filhotes que nascerão. Veja, a seguir, um exemplo de projeto para o seu criadouro, canaril:

CANARIL

No projeto acima tem um local específico para a Quarentena, que deve ser utilizado no momento em que adquirir novos pássaros para o plantel, ou para pássaros que estejam doentes, necessitando de cuidados especiais, assim você isola o pássaro doente dos demais, para que a doença não se propague pelo plantel.

OBS: Não esqueça de instalar uma pia grande para limpeza e higienização dos utensílios, telhas transparentes para ajudar na iluminação natural, telas mosqueteiras nas janelas, um armário para guardar os alimentos, e utensílios reservas, medicações, vitaminas, etc.

GAIOLAS:

Diferentemente do que vemos por aí, a gaiola mais indicada para a criação de canários é a de ferro e não a de madeira. Por ser de mais fácil limpeza, as gaiolas de arame são as preferidas, tanto na reprodução quanto na exposição das aves.

A gaiola mais usada e indicada para a fase de reprodução é a modelo Argentina, que possui seis suportes para comedouros externos, grade no piso, bandeja removível e grade de separação dos casais ou filhotes.

GAIOLA

Uma dica interessante para facilitar a vida dos criadores é a padronização das gaiolas. Procure sempre adquiri-las com boa qualidade e de fabricantes conhecidos, o que facilitará a aquisição de novas gaiolas no caso da necessidade de se aumentar o plantel. Essa padronização irá ajudar muito na hora do trato dos animais, diminuindo o tempo necessário para essa atividade.

A voadeira é um outro tipo de gaiola muito usada após a separação dos filhotes ou até mesmo do casal. É nesse local que os pássaros irão se exercitar, terminar seu crescimento, passar o período de muda de penas e iniciar os primeiros cantos (no caso de filhotes machos).

ACESSÓRIOS:

Os fabricantes esmeram-se, a cada dia, no desenvolvimento de novos formatos, materiais e tipos de acessórios, na intenção de facilitar a vida do criador. Entende-se como acessório todo tipo de objeto utilizado para facilitar o trato das aves. É interessante que alguns deles sejam adquiridos em duplicidade, tais como poleiros, comedouros, potes, bebedouro, etc.

ACESSÓRIOS: